29.11.12

Aprendi a costurar a pele. a lâmina que me fez gritar a dor e expeli num jato violento o sangue das minhas retinas.  aprendi a remendar a carne aberta. o sofrimento aumenta a minha sensibilidade. já me acostumei a cicatriz. escuto os teus passos. sei que lhe perdi da retina. um vulto teu.um passo meu. teus olhos não esquecerei jamais! Não! não esqueça as minhas mãos que respiraram nas tuas. Estou salva do malogro e livre da decepção. Vou voar e não poderia deixar de lembrar-te. Voa pássaro-poeta. Nos encontraremos no céu.
♪ Sementes de mar
Grãos de navegar
Partir
Só de imaginar, eu vi
Água de aguardar
Onda a me levar
E eu quase fui feliz

Mas nos longes onde andei
Nada de achar
Mar que semeei, perdi
A flor do sertão caiu
Pedra de plantar
Rosa que não há
Não dá
Não dói, nem diz

27.11.12

Aquela relação
sofria
de dualidade
ELA morava na poesia
ELE habitava a realidade
morreram atropelados
por um bêbado
desencontro