De tanto resolver
cambalhotas
machucou o dedinho do pé
depois cansaram-lhe as sandálias
(o chão era mais alto agora
porque melhor de alçar)
e o seu tempo ficou gravado
na porta da geladeira
(Ribeiro Pedreira)
18.4.12
12.2.12
Maria da canção
MARIA das MARIAS
Mariana
MARIA não
Ê MARIA
MARIA da canção (Ô iá)
Ainda MARIA musa
MARIA lusa
MARIA dor
Menina MARIA mora
no bico do beija-flor
morena MARIA mora
mora no endereço do amor
Maré cheia de Marias
é o mar de Salvador
MARIA que não tem roupa
MARIA louca
MARIA dé
MARIA de romaria
que mexe com a minha fé
MARIA que eu amaria
se não fosse outra mulher
que também se chamaria MARIA
é MARIA mas que não é
e tem MARIA sonsa
mulher onça
mulher má
de fazer zombaria
de quase nunca se dá
MARIA ante MARIA
mas MARIA não há
se ouvesse eu chamaria MARIA
vem MARIA pra me amar
13.1.12
Aquele 13
Ruídos
ecoam
da minha
branca
manhã
canto
observando
o
Anum
Armada
de
pregos
fui embora
fácil abocanhar os lírios
24.12.11
18.11.11
Areia e Água
I
Era uma vez dois e três.
Era uma vez um corpo
E dois pólos: alto muro
E poço. Três estacas
de um todo que se fez
num vértice, diáfano,
noutro espessura de rês
couro, solo cimentado
nem água, nem ancoradouro.
II
E certa longitude
Onde o sol se refaz.
E certa latitude, seta-ilha
Onde o meu peito pulsa
Seta e sangue
num percurso pasmado de agonia.
III
Aqui me vês dois pólos
tão distantes e no entanto
Três: eu e meus dois horizontes
Era uma vez dois e três.
Era uma vez um corpo
E dois pólos: alto muro
E poço. Três estacas
de um todo que se fez
num vértice, diáfano,
noutro espessura de rês
couro, solo cimentado
nem água, nem ancoradouro.
II
E certa longitude
Onde o sol se refaz.
E certa latitude, seta-ilha
Onde o meu peito pulsa
Seta e sangue
num percurso pasmado de agonia.
III
Aqui me vês dois pólos
tão distantes e no entanto
Três: eu e meus dois horizontes
24.10.11
A flor de sal e o poeta
"quando eu aprender a ser, ainda estarei em pleno gozo dos atributos do querer e terei ao lado quem me quer. quando chegar com flores não significa que já aprendi a ser, todavia quando eu aprender a ser, certamente permanecerei a chegar com flores. quando eu aprender a ser, o que serei a não ser um homem inteiro, ainda que para isto me desfaça de um apêndice, um assessório? quando eu aprender a ser já foi ontem e amanhã é dia de colher os dulcíssimos frutos que um dia foram só sementes, por vezes amargas. quando eu aprender a ser, certamente conhecerei o silêncio que me cabe, o silêncio que os corações precisam para manter a vida. quando eu aprender a ser, serei, seremos, serenos muito antes do que se imagina quando eu aprender a ser"
(Ribeiro Pedreira)
http://moinhosilente.blogspot.com
nossa casa. profundidade
(Ribeiro Pedreira)
http://moinhosilente.blogspot.com
nossa casa. profundidade
21.10.11
Heitor villa lobos
Acorda, vem ver a lua
Que dorme na noite escura
Que surge tão bela e branca
Derramando doçura
Clara chama silente
Ardendo meu sonhar
As asas da noite que surgem
E correm no espaço profundo
Oh, doce amada, desperta
Vem dar teu calor ao luar
Quisera saber-te minha
Na hora serena e calma
A sombra confia ao vento
O limite da espera
Quando dentro da noite
Reclama o teu amor
Acorda, vem olhar a lua
Que brilha na noite escura
Querida, és linda e meiga
Sentir meu amor e sonhar
A tua presença
12:53. quando ouvi as primeiras notas
senti que (o beija-flor-amigo)
havia voltado
foi breve o nosso encontro
o ar gelado de uma primavera escondida
assusta e não deixa ficar
bicou a flor do pé de romã
ainda estranha a ausência das folhas
no nosso jardim
19.10.11
Céu aberto
Te espero
todas as manhãs
vesti
o céu
pra te encontrar
Aquela noite
imaginei
os meus dias
sem a tua presença
volta
confia
no meu
cheiro de flor,
água nas mãos,
sorriso derramado
19.9.11
Não deixará saudades
Álcool maldito
desengano da espécie
A cada gole
não me tens
Alegria ausente
não me tens
Alegria ausente
embalsama o que não levarás
a poesia,
o riso,
a fala,
Arde na incensatez
vício estúpido
terás em vida
o último gole
13.9.11
6.7.11
13.6.11
Ancestral
quando tua cozinha perfuma as minhas lembranças
abro a boca
fechando os olhos
teu olhar miúdo
mãos grandes
passo
arrastado
carregando
histórias
lembrando que as minhas só estavam por começar
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