ESTADO DE ENTREGA
23.3.15
L,
Domingo dura vários anos. Acordei e tomei banho com folhas de mirra. Meu coração hoje resolveu fotografar as horas. A fotografia me acalma.
Enfeitei garrafas com barbantes coloridos e em meio ao acaso a borboleta girou. Sim, os voos lembram as noites frescas. 17:26 e vem chegando o entardecer, deito na rede, o balançar amolece os meus sentidos. Bonito mesmo é quando você me chama de flor no meio de um abraço.
Enfeitei garrafas com barbantes coloridos e em meio ao acaso a borboleta girou. Sim, os voos lembram as noites frescas. 17:26 e vem chegando o entardecer, deito na rede, o balançar amolece os meus sentidos. Bonito mesmo é quando você me chama de flor no meio de um abraço.
F.
L,
Tenho dormido insônias e acordado sonhos. Estou a beira dos meus instantes. Feliz e entrecortada. Essa ternura aproxima-se como uma lamparina, tudo é muito perto e novo e faz calor. Nunca pensei que alguém poderia chegar, de repente, tão dentro do meu contorno. Tenho dúvidas sinceras e antes que a intensidade me lançasse nos abismos, escrevi como um segredo. Guarde seu coração na gaveta se não puderes ouvir o palpitar do meu. Ternura é coisa que demora a passar.
No amor,
Flor
27.8.14
Escorpião de seda. Pulsando silencioso ali entre as frinchas. Ou eras o outro no quase escuro do quarto. Úmido. De seda. Tua macia rouquidão. Igualzinha à macia rouquidão de uma sonhada mulher, só que não eras uma mulher, eras o meu eu pensado em muitos homens e mulheres, um ilógico de carne e seda, um conflito esculpido em harmonia, luz dorida sobre as ancas estreitas, o dorso deslizante e rijo, a nuca sumarenta, omoplatas lisas como a superfície esquecida de um grande lago nas alturas, docilidade e submissão de uma fêmea enfim subjugada, e aos poucos um macho novamente, altivo e austero, enfiando o sexo na minha boca.
[H.Hist]
[H.Hist]
14.8.14
Carta de um virginiano,
Onde está sua simetria bela flor?
Eu não vejo as medidas, nem a rima, nem a métrica. Os traços seus, tortuosos, deixam-me confuso, estarrecido. Fora da linha, seu corpo é feito de riachos.
Dessas flores que florescem sem medo, cujas pétalas voam por ai com o vento, meio demasiado. Daquelas vozes que não seguem padrão e arranham apaixonadamente aos ouvidos. Um paraíso perdido.
Com alegria na medida certa, para uma mulher de medidas loucas.
M.
Onde está sua simetria bela flor?
Eu não vejo as medidas, nem a rima, nem a métrica. Os traços seus, tortuosos, deixam-me confuso, estarrecido. Fora da linha, seu corpo é feito de riachos.
Dessas flores que florescem sem medo, cujas pétalas voam por ai com o vento, meio demasiado. Daquelas vozes que não seguem padrão e arranham apaixonadamente aos ouvidos. Um paraíso perdido.
Com alegria na medida certa, para uma mulher de medidas loucas.
M.
29.7.14
23.7.14
27.6.14
1.6.14
Do chão
Ainda sinto as coisas do chão. Nunca experimentei algo assim. A proximidade e aquela liberdade tão imensa.O olhar de perto. Os nossos corpos maiores e o meu respirar indistinto, uma luta débil para com as regras internas e um silêncio que me percorria. Aquele pedaço de chão me lembrou o MAR. Um divino nada e a minha sede de céu. Sou feita dessa espessura delicada e tantos cuidados. Eu estava ali, eu, e todos os meus contrastes.
Não há dia que me faça esquecer esse, porque para sempre permanecerei dilatada por esse infinito que sou.
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