22.2.13

III


E depois


amor - tecê - los

II

LETRA DESENHADA
EM TINTA 




QUE FICOU

I

DESORIENTO 


A SENSAÇÃO DE CONFORTO





SOBRE A PELE



nalgum lugar em que eu nunca estive,alegremente além
de qualquer experiência,teus olhos têm o seu silêncio:
no teu gesto mais frágil há coisas que me encerram,
ou que eu não ouso tocar porque estão demasiado perto 

teu mais ligeiro olhar facilmente me descerra
embora eu tenha me fechado como dedos,nalgum lugar
me abres sempre pétala por pétala como a Primavera abre
(tocando sutilmente,misteriosamente)a sua primeira rosa 

ou se quiseres me ver fechado,eu e
minha vida nos fecharemos belamente,de repente,
assim como o coração desta flor imagina
a neve cuidadosamente descendo em toda a parte; 

nada que eu possa perceber neste universo iguala
o poder de tua imensa fragilidade:cuja textura
compele-me com a cor de seus continentes,
restituindo a morte e o sempre cada vez que respira 

(não sei dizer o que há em ti que fecha
e abre;só uma parte de mim compreende que a
voz dos teus olhos é mais profunda que todas as rosas)
ninguém, nem mesmo a chuva,tem mãos tão pequenas 

e. e. cummings.

( tradução: Augusto de Campos )

20.2.13

Sensorial





Porque sei ser só comigo 

Sou minha embriaguez
estou entregue aos sentidos
e não faz sentido me multiplicar
Sou interna

19.2.13

LÁGRIMAS NEGRAS

Lágrimas negras caem, saem, doem
São como pedras de moinho que moem ♪
Roem, moem
E você, baby
Vai, vem,vai

18.2.13

Mutações



O círculo se fechou.
Nada termina jamais. Onde quer que alguém plante raízes brotadas do seu eu mais puro ou verdadeiro, ali encontrará um lar.





Nada mais pode me ferir.


Entre a linha da vida e do coração. 
bordei o sol



17.2.13

Notas florais



Nas veias brancas do dia
sobre o suspiro da manhã
abriu-se do silêncio
a fonte secreta


Puro plexo de energia

nos teus olhos de horizonte
e evidências solares

Sorvi a saliva doce da tua boca 

colocando o meu ventre
sobre o teu corpo livre

Borboletamos o desejo

em  líquido cristal
cintilante

Inseparáveis do céu

debrucei-me 
úmida ao chão

Flor do vento



Atravessamos os poros
embalados pelas
pálpebras


Germinamos o amor
gotejando lágrimas
ritmadas

E na secreta alcova

exalamos
o aroma
das maçãs

No sol levante

 Por muito tempo voei no vasto campo do céu, caminhei sem rumo entre as estrelas como quem procura... Enfrentei vento de tempestade como quem sabia aonde ia... Descansei sob a lua como quem espera. Só quando lhe encontrei, eu soube que era você que eu procurava.






"Pra se ter um amor sem tamanho num se fica medindo os meio.
 Num se tem coisa grande com coragem pequena"





15.2.13

A menina que sabe jardim



foram meses e meses de espera

nada foi possível

sem você aqui 

cantei a solidão

beijei o vão

 silenciei o sentir


Volta na próxima estação

traz um beijo

e um punhado

de amor


te  
espero

Flor.



[...] porque ela conversa com beija-flor
e quando eu morrer
e me tornar beija-flor
quero ter com ela
nos sonhos e no jardim.

[Ribeiro Pedreira]

Abismo


Um gesto sem paisagem
sem horizonte ou casa
sem o outro
não chega a ser um gesto
será talvez um esgar
um grito que sufoca
tal como um rio se perde
sem as suas margens

14.2.13

Sedução

A poesia me pega com sua roda dentada,
me força a escutar imóvel
o seu discurso esdrúxulo.
Me abraça detrás do muro, levanta
a saia pra eu ver, amorosa e doida.
Acontece a má coisa, eu lhe digo,
também sou filho de Deus,
me deixa desesperar.
Ela responde passando
a língua quente em meu pescoço,
fala pau pra me acalmar,
fala pedra, geometria,
se descuida e fica meiga,
aproveito pra me safar.
Eu corro ela corre mais,
eu grito ela grita mais,
sete demônios mais forte.
Me pega a ponta do pé
e vem até na cabeça,
fazendo sulcos profundos.
É de ferro a roda dentada dela.

13.2.13


florzinha


amar.é.linha




amor.

as igrejas aqui são escuras. chorei com as cores que inventou. de saudade da luva que agarrada a mim se perdeu. distraída, atravessei o caminho de uma língua que desconheço. é bom sentir. amanhã sera dia dos namorados. pensei numa florzinha amarelinha, suave, que resiste ao frio. 
comprei 7 livros, vazios, de folhas em branco, e lápis com vertigem de pedras esculpidas de tempo. aqui a cidade se esquece. e o grafite é delicado como você. 

seu toque. 

fez os vitrais explodirem em lagrimas. cedo volto. quando nunca, pra sempre.

com amor.

d.


(Dani Carrara)

A VOZ QUE RASGOU POR DENTRO





um eco 



oco no corpo 




molho-me de lágrimas 




para não secar os sentidos