Aprendi a costurar a pele. a lâmina que me fez gritar a dor e expeli num jato violento o sangue das minhas retinas. aprendi a remendar a carne aberta. o sofrimento aumenta a minha sensibilidade. já me acostumei a cicatriz. escuto os teus passos. sei que lhe perdi da retina. um vulto teu.um passo meu. teus olhos não esquecerei jamais! Não! não esqueça as minhas mãos que respiraram nas tuas. Estou salva do malogro e livre da decepção. Vou voar e não poderia deixar de lembrar-te. Voa pássaro-poeta. Nos encontraremos no céu.
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