17.10.09

"Olaria Portuguesa: Do Fazer ao Usar"


Talvez o encanto da olaria seja derivado da magia da sua criação. O sabermos ter sido, numa fase de gestação, matéria dúctil que facilmente obedece ao tacto das mãos, que se pode modelar e voltar a modelar, e que, pela acção do fogo se transforma em matéria consistente, imutável, mas, simultaneamente, frágil e quebradiça.

Talvez o encanto da olaria seja sensorial. Uma bela peça de barro, como uma bela peça de escultura, convida-nos a senti-la, a afagá-la, a passar sobre ela as mãos, sentindo o seu peso, a sua ondulação, a rugosidade ou a maciez da sua superfície.

Talvez o encanto da olaria seja derivado da beleza das formas que possui, originadas nos gestos de muitos homens, nos usos de outros tantos, que foram apurando as formas, que foram afeiçoando o imperfeito até transformar as peças em autênticas obras-primas.

(pelas palavras trocadas com aquele que cuida dos versos e reversos da minha alma)

2 comentários:

Renata de Aragão Lopes disse...

Talvez o encanto da olaria
seja a similitude conosco...

Bonito texto!
Um beijo,
doce de lira

Flor de sal disse...

Um encontro Rê. Foi assim que sentí.